VETERANOS C.CAÇ.3354

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Acerca de mim INTEGRAVA O BATALHÃO DE CAÇADORES 3842 - Embarcou no Navio Niassa, em Lisboa, rumo à

- INTEGRAVA O BATALHÃO DE CAÇADORES 3842 - Embarcou no Navio Niassa, em Lisboa, rumo à região Militar de Moçambique no dia 21/04/71 e desembarcou em Lourenço Marques no dia 13/05/71,para cumprir a sua comissão de serviço militar obrigatório,na região de Mutarara. - Passou à disponibilidade no dia 07/08/73,data em que aterrou no aeroporto da Portela,Lisboa.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

ENCONTRO DE IRMÃOS EM PLENA GUERRA COLONIAL


O meu irmão, Hélio, ao centro(na foto),cumpriu a sua comissão de serviço em Changara, onde o n/ Batalhão também tinha uma Companhia Operacional,porque a dele,pertencia a outro Batalhão-CCS.
Quando teve direito a férias,foi visitar-me a Mutarara, em Novembro de 1972.Não é descritível o encontro,depois de eu ter passado por vários e indescritíveis episódios(não quero descrever),porque já tinha passado - a guerra no terreno!...
Ele,felizmente esteve sempre no quartel!
Esta foto,encontrei-a depois da minha mãe ter falecido.
Enviei-lha dia 18/11/72, com este texto:- "Querida mãezinha: para que recorde seus filhos, no desempenho da mesma missão.Com saudades,um beijinho".
Não há mãe nenhuma que tenha que passar por situações destas,dois no Ultramar e outro a fazer a especialidade e,se não se dá o 25 de Abril,poderia também "embarcar"!...
Neste momento, como pai e avô,nem quero pensar numa situação semelhante!... (Hilário)


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

ESTÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA




QUANTO MAIS DOI MELHOR


Na falta de médico, durante os treze primeiros meses em Mutarara, eu, quotidianamente, ia observando os doentes e indicando os LM's (L.M. - sigla do Laboratório Militar) que resolvessem os problemas de saúde do 250 militares lá aquartelados.
Numa dessas sessões sanitárias, um soldado africano queixou-se de demasiadas e dispersas dores abdominais pelo que achei muito estranho. Indiquei-lhe uns comprimidos LM mas ele disse de imediato que "não faziam bem". Despertou-me a curiosidade de saber qual o motivo pelo qual rejeitava os comprimidos sem saber o princípio ativo.
E continuou "...esse mitombué (medicamento) não presta. Também dói cabeça pernas, braço, tudo, maningue" (muito). Então perguntei-lhe qual a sua profissão na vida civil e informou-me ser machambeiro (agricultor).
Achei que me devia dizer o que era bom. Prontamente me respondeu com um sorriso nos olhos de quem atingiu o objetivo: "INJEÇÃO".
Como as queixas não podiam ser reais levei-o para a frente do grande armário dos fármacos onde ressaltavam à vista as ampolas alinhadas como um pelotão.
Abri as duas portas de vidro e disse-lhe: "Queres uma injeção? Então escolhe." Aí estava ele todo sorridente a dar uma passagem de olhos por todas elas dizendo com satisfação de quem estava perante um soberbo manjar: "Quero destas".
Tinha escolhido uma volumosa ampola de dez centímetros cúbicos de Vitamina B6 de cor castanha metalizada que ao sol africano parecia uma obra de arte. Sugeri-lhe outra incolor e mais pequena para analisar a reação dele.
Prontamente negou e explicou: "Esta é das grandes e as mais chibante" (bonita).
Como não lhe iria prejudicar a saúde, aceitei a "receita" dele mas informei-o que seria administrada por via endovenosa. Voltou a recusar. Queria intramuscular mas preveni-o que dessa forma seria muito dolorosa.
Com satisfação afirmou: "QUANTO MAIS DOI MELHOR".
Acabou por levar apenas 3 c.c. intramuscularmente e... "queria todos os dias!!!"

ass) Ex-furriel Miliciano Enfermeiro

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Uma foto que marca a "velhice" - pêra e patilhas!...

(15-01-73)
Dôa a quem doer...e doeu mesmo,mas não me safei de passar a maior parte da comissão em DÔA....(Hilário)